Dra. Ruth Ramos Razera

• Entrevistas
• 15/09/07

A entrevistada, a Dra. Ruth R. Razera, é cirurgiã dentista formada pela FOP-UNICAMP, com especialização em odontopediatria e atendimento a bebês e pacientes com necessidades especiais. Prestou atendimento por vários anos para a Prefeitura de Piracicaba e região. Foi auditora da Cooperativa UNIODONTO-Piracicaba e atuou em vários projetos sociais preventivos desta Instituição, como o Projeto JP nos Bairros (levando orientação de saúde bucal para diversos bairros da cidade), o Projeto Escovart (coordenação de encenação de artistas teatrais para escolares da faixa etária de 6-7 anos com temas de prevenção e saúde bucal) e o Projeto Cidadão do Futuro (orientação, prevenção e tratamento bucal par crianças de 9-11 anos de bairro muito carente da cidade de Piracicaba) com parceria com ESALQ- USP e Catterpillar do Brasil. Atualmente dedica-se ao consultório particular, exclusivamente voltado para crianças(incluindo bebês), adolescentes e jovens. Também atua em Hospitais no atendimento a pacientes com necessidades especiais sob anestesia geral.

Dra. Ruth Ramos Razera

1. A sua área de atuação é com o público extremamente jovem. È importante mesmo iniciar a visita ao dentista desde bebê?

R: Sim, além de importante é interessante para os pais conhecerem sobre o desenvolvimento do seu filho, os hábitos corretos, técnica de higienização bucal, a importância da amamentação, a alimentação adequada. A informação é a nossa maior aliada para o sucesso da saúde bucal de nossos filhos. Mas tudo isso deve ser feito de forma agradável e prazerosa para o bebê.

2. Existem hoje, métodos novos de tratamento que não causem tanto trauma como antigamente?

R: “O trauma do dentista”, que muita gente ainda guarda, era exatamente fruto do desconhecimento do papel do dentista nas nossas vidas. As pessoas procuravam o profissional quando sentiam dor e era uma situação extremamente estressante. Hoje, além de se evitar procedimentos dolorosos com a prevenção, ainda podemos contar com o gel de papaína (que atua no tecido cariado, diminuindo ou até eliminando o uso do motor) e futuramente um material à base de hidroxiapatita que simula o esmalte do dente (o chamado esmalte sintético, desenvolvido por japoneses, sem data prevista para chegar ao Brasil).

3. A dieta dos jovens hoje é normalmente associada ao consumo de fast food e refrigerantes. Isso pode interferir na saúde da sua dentição?

R: Sim. O consumo exagerado de alimentos com muito carboidrato (que ajudam na formação da cárie), pouca consistência para mastigar (alimentos mais duros ajudam no desenvolvimento da mandíbula e maxilar) e consumo de refrigerantes(que levam à erosão dentária devido à sua acidez) comprometem, se ingeridos em excesso e constantemente.

4. A procura das pessoas, principalmente jovens, pelo clareamento dentário tem sido intensa. Qual é a melhor forma para faze-lo?

R: A procura pelo clareamento realmente tem se alastrado em todas as faixas etárias. È bom esclarecer que o clareamento se dá por reação química de substancias que liberam oxigênio, penetrando no esmalte e eliminado pigmentos. Deve ser feito de forma lenta, sempre orientada por profissional. Para jovens é sempre indicado após maturação do esmalte dental, em geral em meninas após os 15 anos e meninos após os 18 anos. Também há géis dentários com agentes clareadores no mercado. O importante é a avaliação do profissional para evitar sensibilidade após o procedimento. Inclusive há o método caseiro e o feito em consultório por fonte de luz (LED, Lazer ou associados).

5. E para os não tão jovens assim, que já perderam alguns dentes e gostariam de uma reabilitação dentária. Há possibilidade de novos tratamentos?

R: Sim. A odontologia está caminhando atrelada ao avanço tecnológico. Os implantes são um ótimo aliado à reabilitação, inclusive com os implantes chamados de carga imediata, colocados logo após o procedimento cirúrgico da extração. Isso ajuda muito na melhora da auto estima do paciente. Há ainda para um futuro próximo o desenvolvimento de dentes com uso de células tronco(em estudo) , uma esperança par quem teve os dentes perdidos.Mas tudo isso só é viável com um paciente que se preocupa com sua higienização dentária, com uso da escova, pasta fluoretada, fio dental e auxílio eficiente do enxaguatório bucal. Um método simples, barato e seguro. Prevenir ainda é o melhor tratamento.